Como saber se o bebê tem APLV? Entenda!

A APLV é uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite de vaca, como caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina.

A APLV é uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite de vaca, como caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina.

A APLV é uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite de vaca, como caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Nesse tipo de alergia alimentar, o corpo reconhece as proteínas como "inimigas" e produz anticorpos IgE específicos e/ou células inflamatórias: que acarretam reações como recusa alimentar, vômitos, sangue nas fezes, obstrução nasal, urticária, atraso no crescimento e até anafilaxia.

A doença é mais comum em bebês e crianças, mas não exclusivamente. Além disso, é de difícil diagnóstico — um médico especialista precisa avaliar um conjunto de sintomas acompanhados de exames, dietas restritivas e testes de provocação oral para saber se o bebê tem APLV. Continue a leitura e saiba mais sobre o tema!

Como saber se o bebê tem APLV?

Os sinais que ajudam a saber se o bebê tem APLV começam a aparecer na primeira semana ou, até mesmo, meses depois da exposição à proteína do leite de vaca. No entanto, podem se manifestar até o segundo ano de vida do bebê. Então, se o bebê apresentar um ou mais dos sintomas descritos abaixo, é preciso conversar com seu médico para que ele possa investigar APLV. Confira:

Sintomas digestivos:

·         Dificuldade para engolir

·         Dificuldade de digestão

·         Falta de apetite, recusa alimentar

·         Saciedade com pouca quantidade de alimento

·         Regurgitação (golfos) frequente

·         Vômitos

·         Cólicas intensas

·         Diarreia, sangue ou muco

·         Intestino preso

·         Sangue nas fezes

 

Sintomas respiratórios:

·         Coriza

·         Obstrução nasal

·         Chiado

·         Respiração difícil

·         Tosse (todos não associados a infecções)

 

Sintomas cutâneos (de pele):

·         Urticária (placas vermelhas na pele), sem relato de infecção, ingestão de medicamentos ou outras causas

·         Eczema atópico ou dermatite atópica (ressecamento e descamação da pele, com ou sem a presença de feridas ou secreção)

·         Coceira na pele

·         Angioedema

·         Inchaço de lábios e/ou pálpebras

 

Sintomas gerais:

·         Baixo ganho de peso, crescimento e desenvolvimento

·         Anafilaxia

·         Síndrome da enterocolite causada por proteína alimentar (choque com acidose metabólica grave, vômitos, diarreia)

 

Segundo o Protocolo de Atenção à Saúde do Distrito Federal, os pediatras gastroenterologistas observaram a incidência de 2,2% de APLV em crianças e a prevalência de 5,4%. Em outros números, a UFG afirma: em julho de 2024, 350 mil crianças tinham alergia à proteína do leite de vaca.

Portanto, é preciso buscar ajuda de um profissional de saúde especializado para que ele possa investigar e considerar a hipótese de APLV. Afinal, os sintomas acima podem também ser fisiológicos ou estar associados a outras causas.

Quais são as causas da APLV em bebês?

A alergia à proteína do leite de vaca é uma condição que pode ser desencadeada por diferentes fatores, muitas vezes interligados. Embora as causas exatas ainda estejam em estudo, algumas teorias ajudam a entender por que algumas bebês desenvolvem essa alergia enquanto outras não. Que tal conferir todas elas para entender como saber se o bebê tem APLV? Continue a leitura!

Predisposição genética

A predisposição genética é o fator mais conhecido e estudado quando falamos sobre como saber se o bebê tem APLV. Quando os pais possuem algum tipo de alergia — seja alimentar, respiratória ou dermatológica — existe um risco significativamente maior de que o bebê manifeste as reações alérgicas.

Vale mencionar que, se apenas um dos pais é alérgico, o filho tem cerca de duas vezes mais chances de apresentar uma alergia. Quando ambos os pais são alérgicos, o risco chega a 75%.

Apesar disso, é importante ressaltar que a APLV pode surgir em bebês sem histórico familiar de alergias, sugerindo que outros fatores ambientais e biológicos também desempenham um papel importante no desenvolvimento da condição.

Qual a diferença entre a APLV e a intolerância à lactose?

A APLV é uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite de vaca, afetando principalmente bebês e crianças. Quando os pais estão interessados em saber se o bebê tem APLV, é preciso que avaliem sintomas como coceira, dificuldade respiratória e problemas gastrointestinais.

Já a intolerância à lactose (IL) ocorre quando o organismo tem dificuldade em digerir a lactose (açúcar do leite), devido à baixa produção da enzima lactase. Existem três tipos de IL: primária, que ocorre com o envelhecimento; secundária, temporária e causada por doenças intestinais; e congênita, rara e grave desde o nascimento.

Na APLV, qualquer exposição à proteína do leite de vaca pode causar reação, enquanto na intolerância à lactose a tolerância varia de pessoa para pessoa. A maioria dos indivíduos com IL pode consumir pequenas quantidades de lactose (açúcar do leite) sem desconforto significativo.

O termo “alergia à lactose” é incorreto, pois alergia envolve proteínas, não o açúcar do leite. Produtos sem lactose são seguros para pessoas com IL, mas não para quem tem APLV, já que ainda contêm proteínas do leite. Por isso, ler os rótulos dos alimentos e seguir orientação médica é essencial para garantir a segurança alimentar, principalmente em bebês com APLV!

Quais substâncias indicam presença de proteína do leite nos alimentos? 

De forma geral, trouxemos uma lista breve com alguns alimentos que as mamães e os bebês portadores de APLV não devem consumir. Confira abaixo!

·         Lactato;

·         Caseína;

·         Caramelo;

·         Lactulose;

·         Whey protein;

·         Leite de cabra;

·         Leite de búfala;

·         Leite de ovelha;

·         Fermento lácteo;

·         Composto lácteo;

·         Gordura anidra de leite;

·         Proteínas do soro do leite;

·         Gordura, óleo ou éster de manteiga;

·         Proteína láctea do soro do leite microparticulada;

·         Diacetil (normalmente usado em cerveja ou pipoca amanteigada);

·         Cultura inicial de ácido lático fermentado em leite ou soro de leite;

·         Caseinato (todos os tipos de amônio, cálcio, magnésio, potássio ou sódio);

·         Aditivos como corantes, creme de coco, creme de baunilha, iogurte, doce de leite.

Vale lembrar que, quando a criança apresenta seletividade alimentar, garantir uma nutrição que contribua para seu crescimento e desenvolvimento pode ser ainda mais desafiador. Pensando nisso, preparamos um e-book gratuito com orientações práticas para ajudar na prevenção e manejo da seletividade alimentar em crianças com alergias como a APLV. Aproveite essa oportunidade e confira o material!

Referências:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALERGIA E IMUNOLOGIA. Diagnóstico e manejo da alergia à proteína do leite de vaca: documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Disponível em: http://aaai-asbai.org.br/detalhe_artigo.asp?id=851. Acesso em: 6 jan. 2025.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALERGIA E IMUNOLOGIA. Alergia à proteína do leite de vaca em lactentes: atualização do documento conjunto SBP e ASBAI. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, São Paulo, v. 2, n. 1, 2018. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/aaai_vol_2_n_01_a05__7_.pdf. Acesso em: 6 jan. 2025.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALERGIA E IMUNOLOGIA. Diagnóstico e manejo da alergia alimentar: revisão. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, São Paulo, v. 35, n. 6, 2012. Disponível em: http://aaai-asbai.org.br/imageBank/pdf/v35n6a03.pdf. Acesso em: 6 jan. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da alergia à proteína do leite de vaca. Brasília: CONITEC, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2022/20220427_pcdt_aplv_cp_24.pdf. Acesso em: 6 jan. 2025.

Brasil, 27 de novembro de 2024.

O leite materno é o melhor alimento para os lactentes e até o 6° mês deve ser oferecido como fonte exclusiva de alimentação, podendo ser mantido até os dois anos de idade ou mais. As gestantes e as mulheres que amamentam precisam ingerir uma dieta saudável e equilibrada. O uso de mamadeiras/bicos e chupetas pode dificultar o aleitamento materno, principalmente quando se deseja manter ou retornar à amamentação. O médico pediatra e/u nutricionista deve ser sempre consultado. - Este é um material orientativo sobre APLV. Consulte sempre o médico e/ou nutricionista.

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